Festa de Santa Eufémia – Pinheiros, Tabuaço 16 de Setembro de 2021

Além da memória de São Cornélio, papa, e São Cipriano, bispo, ambos mártires, hoje a Igreja faz memória de Santa Eufémia, também ela mártir, de quem assim reza o Martirológico Romano: «Em Calcedónia, na Bitínia, na atual Turquia, Santa Eufémia, virgem e mártir, que, no tempo do imperador Diocleciano e do procônsul Prisco, suportando por Cristo muitos suplícios, pela coragem no combate alcançou a coroa de glória». 

Celebramos hoje o “dies natalis” em que Eufémia, jovem de cerca de 19 anos, nasceu para a eternidade após testemunhar (martírio) até ao derramamento do seu sangue, na vida terrena, a sua consagração a Cristo e a sua solidariedade para com os cristãos perseguidos da sua época. 

Ninguém a despreze por ser jovem, tal como Timóteo para quem escreveu São Paulo na segunda leitura que escutamos. Pois, como ele, Santa Eufémia é um modelo para os fiéis, na palavra, na maneira de proceder, na caridade, na fé e na pureza. 

Eufémia, virgem de carne e corajosa de espírito, jovem de idade mas adulta na fé, vendo como os cristãos sofriam à custa da perseguição movida contra eles pelo imperador Diocleciano (284-305), decidiu declarar publicamente a sua fé e o seu batismo diante do procônsul Prisco, um dos mais tiranos juízes da cidade de Calcedónia. 

Às mãos de Prisco, sofreu os mais cruéis tormentos que se manifestaram incapazes de a fazer negar a sua fé em Cristo. Resistindo às várias tentativas de violação, conservou-se virgem para a eternidade. Não conseguindo levar o seu intento avante, Prisco mandou-a lançar num fosso de leões que, contrariamente ao espectável, se aproximaram dela mansamente. 

Finalmente, Eufémia derramou o seu sangue a partir do seu coração, trespassado pela espada do carrasco ao serviço de Prisco, no dia 16 de Setembro de 303. O sangue da mártire tornou-se semente de novos cristãos e alimento da piedade dos cristãos de Calcedónia que, recolhendo o seu corpo, lhe deram sepultura num lugar onde mais tarde construíram uma Igreja. 

Assim Eufémia, tal como Eleazar sobre quem escutamos na primeira leitura, doou a vida, deixando, com a sua morte, não só aos jovens, mas também à maioria do seu povo, um exemplo de coragem e um memorial de virtude. 

Foi nessa Igreja, construída sobre o alicerce de Santa Eufémia, que, de 8 de Outubro a 1 de Novembro de 415, se realizou o IV Concílio Ecuménico no qual foi definida a doutrina das duas naturezas de Cristo: verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem. Após longos debates, sem que a nenhum consenso se chegasse, recorreram à intercessão da virgem e mártir que miraculosamente ajudou a resolver a contenda. 

O corpo de Santa Eufémia, transladado para Constantinopla e depois novamente mudada pelos cristãos, temendo que o seu túmulo fosse profanado, encontra-se atualmente preservado na catedral de Rovinj, na atual Croácia. 

Após muito O ter amado na terra, Jesus disse àquela mulher: «A tua fé te salvou. Vai em paz». E em paz na alma, apesar dos tormentos no corpo, partiu Eufémia, como virgem ao encontro do seu esposo, para junto dele, na eternidade, ser agora nossa advogada e intercessora. 

Santa Eufémia, rogai por nós. Bendigamos ao Senhor! Graças a Deus! 

I Leitura: 2 Mac. 6, 18.21.24-31 (Lecionário Comum dos Mártires) Salmo, II Leitura, Evangelho: Quinta feira da semana XXIV do Tempo Comum: L 1 1 Tim 4, 12-16 | Sal 110 (111), 7. 8. 9-10 | Ev Lc 7, 36-50




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