Mensagem na entrada como Pároco

nas paróquias de Ranhados, Poço do Canto, Fonte Longa e Paipenela

Excelentíssimo Pró-Vigário, Reverendo Padre João Morgado,

Reverendos irmãos no sacerdócio ministerial,

Excelentíssimos representantes dos órgãos autárquicos, institucionais e associativos,

Amados irmãos e Povo Santo de Deus,


Sua Excelência Reverendíssima, Dom António Couto, constituído por Deus como nosso Bispo e Pastor, dignou-se confiar ao meu cuidado, enquanto seu fiel colaborador, a cura das almas desta porção territorial do Povo de Deus a quem quero agora dirigir esta minha saudação fraternal e calorosa.

Não posso deixar de enaltecer o trabalho e a pessoa do Reverendo Padre Filipe Rosa que aqui me antecedeu enquanto vosso pároco. Para com ele fica a minha e a vossa sincera gratidão. Eu, tal como o Pe. Filipe, quero servir o mesmo Espírito Santo e procurar sempre cooperar no vosso bem. O Pe. Filipe abraçou um novo desafio no serviço à Igreja que se concretiza noutro contexto geográfico e com novas comunidades cristãs. Tal como São Paulo, ele depois de semear a Palavra de Deus nos vossos corações, partiu rumo a uma nova terra de missão. Eu fico cá e, como Timóteo, procurarei sempre a sua ajuda, inspiração e colaboração: havemos de contar sempre com a sua oração e, quando possível, com a sua ajuda e presença.

Agradeço os vossos gestos e palavras com os quais me dais as boas-vindas à vossa terra, à vossa comunidade, e acredito que também às vossas casas. Creio que o fazeis em vosso próprio nome e em nome de muitos outros que, pelos mais diversos motivos, não estão aqui reunidos nesta Igreja.

A vós e também a eles, quero dizer-vos que procurarei fazer da vossa terra também a minha terra, da vossa comunidade também minha comunidade e das vossas famílias também minha família.

A vós que aqui estais, aos que partilham a nossa fé, aos que têm outras crenças e aos que não têm fé ou se encontram de fé abatida, às crianças e aos jovens, aos trabalhadores e aos desempregados, aos emigrantes e sobre tudo aos mais pobres, aos idosos, aos doentes, aos que se encontram à beira do caminho, aos que sofrem a perda de quem amam… a todos quero expressar o meu desejo de escancarar as portas do meu coração para também vos acolher e fazer das vossas vidas parte essencial da minha vida. Quero conhecer as vossas alegrias e esperanças, tristezas e angústias (GS, n. 1). Quero escutar todos, inclusive os que possam parecer terem menos para dizer. Afinal, como ensinou São Bento: «muitas vezes o Senhor revela a melhor decisão» a quem não ocupa posições relevantes na comunidade[1].

Quero pedir ao Espírito do Senhor para dar a cada um de nós um coração dócil e humilde, consciente que cada um tem algo a aprender e algo a ensinar; pois «ninguém é tão sábio que não tenha nada para aprender ou tão ignorante que não tenha nada para ensinar». Por isso, peço-vos que tenhamos todos um coração aberto e disposto a aprender com os outros, procuremos estar «cada um à escuta dos outros; e todos à escuta do Espírito Santo, o “Espírito da verdade”» (Jo 14, 17)[2]. Ninguém se ache supérfluo, menos importante ou mais valioso do que os outros! Todos somos necessários e igualmente preciosos para esta construção que é a Igreja, comunhão dos membros do corpo místico de Cristo com a sua variedade de dons, de carismas e de ministérios.

Todos me importam! Quero caminhar junto de todos e conto com todos nesta missão!

Pe. João Miguel Pereira



[1] Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão, Documento preparatório, 14.

[2] Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão, Documento preparatório, 15.

O ministério de um Presbítero não faz sentido de outra forma. O Presbítero só conhece um remédio para curar as feridas da humanidade. Esse remédio é o amor de Deus, revelado em Jesus Cristo e mediado pela sua Palavra e Sacramentos. O Presbítero é um curador ferido que experimentou, nas próprias feridas, o efeito do óleo medicinal derramado em abundância pelo Bom Samaritano que é Jesus Cristo. E agora, animado pelo seu exemplo, parte pelo mundo desejoso de fazer do mesmo modo, desejoso de compartilhar com todos o amor com que se sentiu amado e curado. 










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