“De hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações”. Assim reza Maria, no seu cântico “Magnificat”, neste quadro da visitação que nos chega pelo Evangelho segundo São Lucas.
Aqui se reúne hoje a nossa geração para, tal como
2 mil anos de gerações, também nós louvarmos e venerarmos aquela que é
bem-aventurada por ter acreditado ”no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da
parte do Senhor”.
"Tota pulchra es, Maria. Et macula originalis non est in Te”: Toda
sois formosa, ó Maria, e a mancha do pecado original não está em ti. Assim reza
a Igreja desde o século IV. Nessa oração se espelha o louvor e veneração que a
fé católica tem pela Mãe do Filho de Deus.
E, "tudo o que a
fé católica crê a respeito de Maria, funda-se no que crê a respeito de Cristo,
ao mesmo tempo que o que a fé católica ensina sobre Maria esclarece, por sua
vez, o que é a fé católica em Jesus Cristo". Nada há em Maria que seja desligado
de seu Filho: toda a importância que lhe damos deve-se ao facto de ter sido escolhida
por Deus para ser mãe do seu Filho, ter sido preservada “por singular graça e
privilégio de Deus onipotente e em atenção aos merecimentos de Jesus Cristo” “de
toda a mancha do pecado original desde o primeiro instante da sua conceção”, ter
dado o seu “sim” disponível a Deus e ter confiado em Deus, permanecendo-Lhe
sempre fiel.
Ela, cheia de
graça, adornada por Deus de dons dignos da tão grande missão de vir a ser mãe
do Salvador, é Imaculada Conceição, porque preservada de toda a mancha do
pecado original desde o primeiro instante da sua conceção.
Obediente à
vontade de Deus, em fidelíssimo consentimento a seu Criador, sem que nenhum
pecado a retivesse, entregou-se totalmente à pessoa e à obra do seu Filho para
servir, na dependência d'Ele e com Ele, pela graça de Deus, o mistério
da redenção da humanidade. Maria é cooperadora na obra da redenção mas tudo o
que faz é com Cristo e na dependência de Cristo.
Zelosa
cooperadora de Deus “faça-se em mim segundo a vossa Palavra” (cf. Lc 1,26-38) e
impulsora também da nossa correspondência a seu Filho Jesus Cristo “fazei tudo
o que Ele vos disser” (cf. Jo 2, 1-11), é digna de ser
louvada pelo povo cristão que a aclama como “gloria Ierusalem”: glória de
Jerusalém, “laetitia Israel”: alegria de Israel, “honorificentia
populi nostri”: honra do nosso povo, “advocata peccatorum”: advogada dos
pecadores, “Virgo prudentíssima”: Virgem prudentíssima e “Mater clementíssima”:
Mãe clementíssima.
Amadurecendo a
sua fé em Jesus Cristo, guiada pelo Espírito Santo e aprofundando a revelação
de Deus, a Igreja proclamou pela voz do Papa Pio XII, em 1 de novembro
de 1950, na constituição apostólica Munificentissimus Deus que “a
Imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida
terrestre, foi assumida (assumpta est), de corpo e alma, na glória celeste”.
Deste modo foi proclamado o dogma da Assunção
de Nossa Senhora, no qual professamos que “a Virgem Imaculada, preservada
imune de toda a mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrena,
foi elevada ao Céu em corpo e alma e exaltada por Deus como rainha, para assim
se conformar mais plenamente com seu Filho, Senhor dos senhores” (Lumen
Gentium, 59).
A proclamação da Assunção de Nossa Senhora visa
sublinhar a “glorificação de sua alma imaculada e de seu corpo virginal” com o
intuito de sublinhar a “sua perfeita configuração com Cristo ressuscitado”
(Exortação Apostólica Marialis Cultus, n. 6). Dizer que Maria se configurou
perfeitamente com Cristo significa dizer que pela sua fidelidade a Deus ela
encarnou a vontade de Deus tornando-se, por isso, como ícone da Santíssima Trindade.
Ela não sendo uma "deusa" nem uma das pessoas da Trindade divina aponta para a Trindade.
Certos da sua presença na glória de Deus e
confiantes no seu exemplo de intercessão nas bodas de Caná “não têm vinho” (cf. Jo 2,
1-11), humildemente a Igreja lhe reza “Ora pro nobis. Intercede pro nobis. Ad
Dominum Iesum Christum”: Ora por nós, implora por nós, ao Senhor Jesus Cristo.
O papel de Maria é o de intercessora: pede por nós junto de seu Filho, Nosso
Senhor Jesus Cristo. Não há graça ou milagre que nos chegue por Maria que não
venha de Deus. Maria não faz nada sem Deus ou contra Deus. Mas Deus coloca nas
suas mãos as graças que sabe que ela, como nossa mãe (Ele mesmo nos a deu por
mãe), diligentemente distribuirá por seus filhos.
Rogai por nos santa mãe de Deus - para que
sejamos dignos das promessas de Cristo. Amén.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo - para
sempre seja louvado no céu e na terra com sua mãe Maria Santíssima.
Comentários
Enviar um comentário