5 de Setembro – M.F. S. Teresa de Calcutá, virgem – Lecionário para a Missa 45 “A VIRGEM MARIA, RAINHA DA PAZ”
Hoje a Igreja faz
memória, de modo facultativo, de Sta. Teresa de Calcutá. Missionária dos pobres
ela tornou-se um modelo de misericórdia e um autêntico ícone do Bom Samaritano. A misericórdia, de fato, foi para
ela o “sal” que deu sabor a todas as suas obras e a “luz” que iluminou as
trevas daqueles que já nem sequer tinham lágrimas para chorar a sua pobreza e
os seus sofrimentos. Nascida em 26 de agosto de 1910, na Escópia, na antiga
Iugoslávia, foi em 1929 que Madre Teresa iniciou sua missão em Calcutá, mas
somente depois de deixar as Irmãs de Loreto. Em 1950, ela fundou a
Congregação das Missionárias da Caridade, que hoje conta com mais de seis
mil irmãs em todo o mundo, atuando em 130 países, começando pelos mais pobres e
subdesenvolvidos. Em 1979, a religiosa recebeu o Prêmio Nobel da Paz, cujo valor ela pediu que fosse doado aos pobres da Índia. O Papa Francisco, na
homilia da canonização, descreveu-a como uma generosa dispensadora da
misericórdia divina, «tornando-se “disponível através do acolhimento e da
defesa da vida humana, dos não nascidos e dos abandonados e descartados”,
inclinando-se “sobre os exaustos, deixados a morrer na beira da estrada,
reconhecendo a dignidade que Deus lhes havia dado”, fazendo a “sua voz ser
ouvida pelos poderosos da terra, para que pudessem reconhecer suas faltas
diante dos crimes de pobreza criados por eles mesmos”».
Escutamos hoje as
Leituras propostas pelo Lecionário das missas da Santíssima Virgem sob o título
“a Virgem Maria, Rainha da Paz”. Sto. Afonso Maria de Ligório escreveu que «desde o
momento em que Maria aceitou ser Mãe do Verbo Eterno, (diz S. Bernardino de
Sena,) mereceu tornar-se Rainha do mundo e de todas as criaturas». «Tendo
sido a Santíssima Virgem elevada à dignidade de Mãe de Deus, com justa razão a
Santa Igreja a honra, e quer que de todos seja honrada com o título glorioso de
Rainha». Ela é rainha dos anjos, dos homens e todas as coisas do céu e da
terra. A sua autoridade está acima de todas as criaturas na terra e no céu,
submetida apenas à autoridade de Deus. «Mas saibamos todos, para nossa consolação,
que é uma Rainha cheia de doçura e de clemência, sempre inclinada a
favorecer-nos e fazer-nos bem a nós, pobres pecadores».
Porque o povo
cristão reconhece a sua doçura e clemência e que ela é sua advogada e
protetora, desde tempos longínquos lhe suplica pedido a paz. Maria é Rainha e é
também Rainha da Paz porque ela “concebeu no seio virginal o Príncipe da paz”. Por ela «um menino nasceu para nós,
um filho nos foi dado», o seu nome é «Conselheiro admirável, Deus forte, Pai
eterno, Príncipe da paz». O Papa Bento XV, em 1917, em plena Primeira Guerra
Mundial, acrescentou à Ladainha de Nossa Senhora o título «Rainha da Paz». De
facto, a missão de Maria está sempre ao serviço da missão do seu Filho. E
servir a Jesus Cristo, Rei dos Reis e Senhor dos Senhores é reinar com Ele. A
missão de Jesus é ser luz para os que andam nas trevas e nas sombras da morte. A
paz é um sinal do seu reino onde todos os homens, reconciliados com Deus e uns
com os outros, são capazes de construir e viver em verdadeira fraternidade.
No desejo da vinda
desse reino onde todos os povos viverão em paz, o povo fiel e devoto não deixa
de invocar Maria em suas aflições e aspirações. A aflição da guerra e a busca da paz
fazem também parte do sentir do povo que venera a mãe de Jesus. Assim lhe canta,
assim lhe cantamos:
Se em teu regaço, bendita mãe,
Toda amargura remédio tem.
As nossas almas pedem que vás,
Junto da guerra, fazei a paz!
Miraculosa rainha dos céus,
Sob o teu manto, tecido de luz.
Faz com que a guerra se acabe na terra
E haja entre os homens a paz de Jesus.
A guerra é a mais alta manifestação
terrena da desgraça humana. A guerra é o antónimo do Paraíso, lugar no qual os
homens viviam como irmãos, numa paz e felicidade permanente, e em comunhão com
Deus. Quando
olhamos a Virgem Maria, Rainha da Paz, mais se incendeia em nós o desejo da
paz, renasce em nossos corações a esperança da paz, fortalece-se a consciência
de que todos somos irmãos, que temos uma Mãe comum, e isso facilita a superação
dos ódios e ressentimentos e abre o caminho à reconciliação. Não deixa por
isso de fazer todo o sentido que em cada 1º de Janeiro a Igreja celebre
juntamente Maria, Santíssima Mãe de Deus, e o dia mundial da paz, implorando de
Deus, «tendo como medianeira a "Rainha da Paz", o dom supremo da paz»
(Paulo VI, Marialis Cultus, 5).
Hoje, como sempre, também nós nos
sentimos necessitados de recorrer à Virgem Maria, a Virgem do Pilar, Rainha da
Paz, para fervorosamente pedir-lhe o seu auxílio para o findar de tantos
conflitos bélicos que neste momento ferem o mundo de miséria, morte e
sofrimento. Sentimo-nos necessitados de lhe pedir também a paz para tantas
guerras no seio das nossas famílias e das nossas comunidades… Pedir-lhe a paz
para os nossos corações, tantas vezes revoltados, irados e impacientes.
Avé Maria, Senhora Dulcíssima Rainha da Paz Em teu ventre geraste O Único que ao mundo a traz. Avé Maria, Virgem A quem o anjo saudou Teu coração inseguro Uma questão colocou. Avé Maria, Mãe Que o Espírito de Deus fecundou Deste à luz o Filho do Altíssimo Que o mundo abençoou. |
Avé Maria, Cheia de Graça Por ti um menino nos nasceu Ele é o Príncipe da Paz Uniu a terra ao Céu. Avé Maria, Senhora o Pilar Que São Tiago pacificaste Acalma os nossos corações Faz que a guerra se afaste. |
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